quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

memórias de uma desconhecida

Tudo que sabiam sobre mim era que eu era humana e ainda assim já ouvi alguns dizerem que não tinham certeza. Poucos humanos sabiam de minha existência e poucos ainda davam palpites sobre mim.



Faço honra ao meu nome, e por acaso meu sobrenome é stranger, herdei de minha família que nem sei se é minha mesmo. Quando eu era viva cheguei a pensar na possibilidade de ser adotada, mas não procurei saber nem me importei muito, mas agora vejo que algumas coisas fazem um pouco de sentido, nunca conheci meus pais, fui criada por duas pessoas que eu chamava de vô e vó, fui instruída pra falar Isto e para eles eu pouco importava.


Na verdade eu não sabia o sentido da vida quando eu a possuía, pra mim tudo era natural, até mesmo as coisas que a televisão mostrava como desumano. Não, aquilo era simplesmente natural, nunca consegui ver o que teria de tão horrível, não me traziam nenhum sentimento, as coisas tendem a acontecer, é tão simples.


Sempre quis conhecer os limites, ninguém nunca me ensinou. O que era certo ou errado eu só compreendia por mim mesma. Algumas vezes minha avó dizia que achava errado o que eu fazia, mas eu não conseguia compreender sua opinião.


Eu sempre fui assim, ninguém nunca se importou com a minha existência, nem mesmo eu.


Em todos esses anos que me pertenceram eu vivi por viver e por incrível que pareça eu tenho uma história pra contar, embora seja só essa.


Nunca fui a escola, aprendi tudo por mim mesma, nas horas vagas que eu passava na fazenda do meu avô, lá havia muitos livros e eu aprendi a ler com a minha vó.


Por volta dos meus 13 anos os pensamentos não paravam de invadir a minha cabeça, tudo era motivo pra pensar, e eu adorava pensar, porque a minha mente era minha única companheira agradável e assim ninguém me julgava pelas coisas que o mundo achava sujo e eu pensava. E ainda acham, e ainda penso.


Mas no meio de todos os meus dias houve uma exceção a tudo que eu tinha e essa exceção tinha nome, o nome dela era Alice. Todos passavam os olhos por mim e nunca me enxergavam, talvez Alice tivesse me enxergado, ou talvez eu tinha sido a única opção de conversa naquele momento em que ela se sentiu sozinha na fazenda.


É claro que eu já tinha conversado com alguém, mas a minha conversa com ela tinha sido a mais impactante, era uma melhor que a outra e não foi só isso de impactante que nós fizemos. Ela me mostrou que realmente não havia limites, aqueles que eu tanto queria conhecer, eu já desconfiava da inexistência dos mesmo, ela só me provou.


Quando a conheci minha vó me apresentou como uma prima que veio morar conosco, fico pensando se ela também não foi adotada por eles, pena que nós não tivemos tempo pra conversar sobre isso.


Eu comecei a perceber o que havia por trás daquele celeiro e aqueles animais da fazenda. Alice me levou a cidade, ela parecia conhecer aquele mundo. Não me importava como ela veio parar na minha vida, só importava ela estar ao meu lado.


Bastou um dia e ela virou a minha amiga e eu não sabia nada da sua vida, nem ela da minha, mas eu depositei toda minha confiança naquele ser, afinal minha vida não me importava.


Depois de uma semana eu já tinha experimentado 2 tipos de drogas diferentes, passei seis noites acordada com ela, beijei ela, não sei se a amei, mas eu só queria estar por perto, bebi, roubei e o melhor: fui procurada pela policia por falta de experiência, quando eu perguntei a Alice se ela tinha ficado com raiva porque fracassei ela me disse que a vida era um fracasso e que é natural acontecer isso. É tão incrível como ela pensa igual a mim, só queria ter conhecido ela há mais tempo e saber da sua vida, agora fico imaginando o que mais eu poderia aprender com aquela garota e o que mais a gente iria fazer, acho que eu chegaria a amá-la e olhe que vovó diz que eu não tenho sentimentos.


No sexto dia que estávamos juntas ela decidiu que de tarde a gente ia arranjar algo pra nos manter acordada a noite toda, parecia saber muito bem do que estava falando. A gente ia passar a noite perto do celeiro, só eu e ela, e cada uma contava a sua história de vida, já que não tivemos tempo de nos conhecer, a minha não duraria 2 minutos, a dela devia ser longa, afinal ela reservou a noite toda.


Chegou a noite e lá estávamos nós, eu não lembro muito bem de como a gente estava porque eu tava sob um efeito muito forte, mas eu tenho algumas memórias, a gente nem conversou ela só fazia me beijar e parecia querer algo mais, mas não deu tempo. Não lembro muito, mas acabamos adormecendo e o celeiro pegou fogo, talvez por causa dos cigarros e foi assim que morremos junto com alguns cavalos.


Isso tudo foi o acaso, ela não era tão interessada em mim, só queria curtir um pouco. Acho ótimo termos morrido junto, pois não a imagino vivendo com ninguém tudo o que viveu comigo e sem ela eu não saberia viver.


A sensação de estar com ela me fazia sentir algo e na minha vida eu não costumava sentir nada nem bom, nem ruim.


Não sei se consegui amar Alice, talvez ela tenha sido minha única opção.


Agora eu conheço dois limites, não posso interferir em Alice, naquele complexo que ela era, esse era um limite, não podia fazer com que ela gostasse de mim tanto quanto eu gostava dela, não podia fazer nada sobre o que ela queria. O outro é que depois da morte não podemos voltar e apagar os cigarros acesos para que nada incendiasse, para que ainda tivéssemos umas historias pra contar, não podemos concertar o passado, seriam esses os únicos limites existentes? Eu ainda não tenho respostas. Talvez tenha vivido muito pouco pra perceber, mas não me preocupo com isso, de qualquer jeito eu iria acabar morrendo e tanto faz se alguém estiver chorando no meu velório agora, isso é simplesmente natural.



Helouize Dias

terça-feira, 20 de julho de 2010









ooh, como eu era egoísta talvez nunca conhecesse você, querido. Adoro seu jeito popular e misterioso, que ninguém sabe me explicar quem e como você é. Só sei te descobrir porque te tenho e vou agradecer todos os dias por isso.
aah, e enquanto for nosso serei grata a você querido, que nos presenteou com nós mesmos.
ooh, como eu era egoísta, te tinha voltado apenas pra mim, como a gente pôde viver desse jeito?
Eu nos sufocava, mas não pense que eu era desumana, pelo contrario, tinha total controle de viver infeliz.
Não, não pense que eu era desumana, pois nunca passei por cima de ninguém pra chegar até aqui, mesmo que o mundo me exigisse isso.
Que teoria absurda, primeiro eu aprendo que devo ser eu e somente eu nesse mundo, até achei que isso seria o mais correto.
CORRETO??? talvez o isto nem exista a essa altura.
Então aprendi a te dividir, pausa pra reflexão, eu sou grata a ela e não a você, querido, sou grata a ela e te divido com ela.
Obrigada, eternas felicitações a quem me ensinou a viver da melhor forma que eu já aprendi até hoje, a quem mudou meus conceitos, e principalmente, me ensinou a não ser egoísta com o amor.
ooh, não sou tão egoísta.
aah, divido o meu amor.
aah, querido você esta na boca de todo mundo, até parece que essas pessoas te conhecem mesmo, talvez ninguém saiba um adjetivo pra te descrever.
ooh, como são egoístas, não sabem dividir seu querido amor.

segunda-feira, 31 de maio de 2010


As pessoas podiam ser como cristais, fortes, transparentes e raros, mas elas mesmas se transformam em uma pedra qualquer, acham que sabem de tudo, quando na verdade não sabem de nada, que só existem elas no mundo, as pessoas atualmente não sabem mais a essencia da vida. O amor, sem amor nada somos, de que valeria os meus gestos sem amor, de que valeria dizer palavras sem o amor. O amor não é metade é inteiro, é confiança plena, é não pensar em você, pensar sempre no próximo, é não ter razão, olhar sempre o outro lado das coisas, é esquecer tudo o que você fez de bom, pois você não fez pra receber nada em troca, você fez apenas pra cultivar o amor.
A verdade muitas vezes demora para aparecer, a gente sempre confunde o que parece ser verdade, isso se encaixa no simples ato de saber em quem confiar, o que se torna tão dificil de entender, apenas ame e a verdade aparecerá.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


Mais belo seria se a gente tivesse o pôr-do-sol uma vez no ano, se chovesse a cada década, se as estrelas só brilhassem quando a gente conhecesse alguém novo, se as flores só abrissem quando alguém dissesse 'eu te amo' com sinceridade.
Seria mais belo e mais raro, pois foi imposto isto. Ninguém presta atenção naquilo de mais lindo que está ao nosso redor, pensamos em prestar atenção amanhã ou talvez depois, estará sempre ali mesmo, e acabamos perdendo o que de melhor temos em um dia, como um sorriso sincero, um 'bom dia' entusiasmado, um abraço amigo, que talvez nunca mais você possa provar novamente.
É só vale a pena quando se perde, quando fica passando um flashback por trás dos seus olhos e você ver que aquilo valia muito, mas só ganhou valor necessário hoje, quando não se tem mais. Valeu a pena quando eu não pude mais ter aquele simples gesto fazendo parte do meu dia-a-dia,mais não, não, mas eu ainda tenho as lembranças.
E agora será mais belo, pois se tornou raro.
Já parei inúmeras vezes só pra olhar o céu, já senti o cheiro do mundo, já prestei atenção nas ruas, já achei lindo o anoitecer, reparei na cor da água, até mesmo já tentei entender como tudo se encaixa perfeitamente? e como a maioria das pessoas não percebem isso ?
Então tentou calcular o valor de um sorriso ? quando não temos parece ser a coisa mais cara e mais valiosa; mas é de graça, trás a graça. Valorize.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

I always needed time on my own

I never thought I'd need you there when I cry
And the days feel like years when I'm alone
And the bed where you lie
Is made up on your side

When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?

When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you

I've never felt this way before
Everything that I do
Reminds me of you
And the clothes you left lye on the floor
And they smell just like you
I love the things that you do

When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?

When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you

We were made for each other
I'll keep forever
I know we were
Ohhhhh
All I ever wanted was for you to know
Everything I do I give my heart and soul
I can only breathe
I need to feel you here with me
yeah

When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear will always get me through the day
And make it ok
I miss you .

sexta-feira, 23 de abril de 2010



Sei que isso não é errado , mas também não seria o certo na minha concepção.
Nunca condenaria isso como imprudente, pois me faz bem e não faz mau a ninguém.
Se isso é pecado, eu gosto muito de pecar.
Eu gosto de você, mas agora meus olhos veêm outra direção, mesmo assim sempre te procuram, eles fogem e tentam voltar.
Será que tem um lugar especifico para todas essas pessoas sem direção ? me indiquem eu me habitarei la por um tempo, sem me habituar, pois ainda quero voltar pra onde estou, quero me acomodar com o que está certo na sua concepção e na minha.
Sei que minha cabeça está odiando tudo isso, porque não sei mais em quem pensar, não sei o que fazer, mas eu sei o que eu quero, sempre soube o que eu quero.
Já perdi muito com medo de tentar, e sempre gostei de indecisões, mas antes nunca soube como é bom seguir os dois caminhos, porque na vida sempre me ensinaram a escolher 'uma coisa' ou 'outra'; e eu pergunto porque não escolher 'uma coisa' & 'outra'? ninguém nunca me respondeu essa pergunta.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Muitas palavras soltas foram entrando em mim, e sem querer foram traduzindo o que eu mesma não conseguia. Fez acontecer, essa era minha sina.
Refleti, vi que não era exatamente eu quem estava agindo por ali.
quem era aquela ? A minha essência era outra, é outra.
Há uma alma em mim, alma calma que não condiz, com a nossa pressa, com resto que nos resta,lamentavelmente eu sou assim, mas sou eu mesma.
Meu sagrado e minha besteira, meu cuidado e minha maneira de me importar com a dor, de descobrir abrigo entre tanto amor, entretanto a dúvida, se vou ou não vou, seguir aquilo que me cerca.

(inpirado em 'sina nossa - o teatro mágico)